Aline Matulja shares reflections on her experiences as part of Be The Earth's Flow Funding programme. She focuses on the deep trust she invested in André from Horta Comunitária das Nações, one of the projects the and how this patience eventually bore great fruit.
Being a flow-funder is such an empowering experience, but at the same time so different from what I thought it would be 3 years ago when it all started. In my career, I was always actively searching for the socio-environmental projects that I was part of, now it was I who had the power to decide where I would go.
Today I want to share the story of one of the people to whom I sent part of the resource in 2022. His name is André. He is the son of one of the founders of Horta Comunitária das Nações. This garden has existed and survived for over 30 years. Her mother and the other founders started the garden to have healthy food for their families and a way to continue the culture of so many people who made the rural exodus to the city at that time. The place was, as André says, "in the middle of nowhere", "it was just bush"!
Today the vegetable garden is a green island in an asphalt desert on an important avenue in the municipality of Santo André, metropolitan region of São Paulo. Existing in this location was no easy task. Real estate speculation constantly pressured them to leave the place, a public area. Over the years, in addition to providing food and quality of life for participating families, Horta das Nações started to receive groups of students. André dreamed of building an ecological bathroom to offer a better structure for these activities. This story reached me and the Flow resource reached André. And along with the resource, André's anxiety about building the bathroom and my expectation of receiving a photo of this achievement on my cell phone also arrived.
A few months passed and André got back in touch. Instead of a photo of the bathroom, an eviction letter arrived. They would eventually have to leave the land, which would likely make way for a shopping center. Faced with the imminent threat, André and his garden companions felt it was risky to invest their resources in infrastructure there. They temporarily preferred to stop activities with children. The funds, which were supposed to flow, were now stuck in André's account.
I needed to revisit the fantasy of Horta expanding created in my thoughts to be able to transform it into trust, which is the basis of the Flow Funding methodology. Confidence that André, more than anyone else, dreamed of the garden's prosperity. Confidence that in the face of a crisis, we are capable of accepting changes in plans. Confidence that the person who could best choose a better role for the money would be André himself.
That's what my heart told me and what I immediately told André in a phone call. André thanked me saying that the flexibility came as a relief, an emotional support that at that moment was as important as financial support. Free to do whatever he wanted (or needed) with the resource, he kept it.
He fought for a year and obtained a concession to use the land from the city hall. In the meantime we kept in touch and deepened our bond when I bridged the gap between him and Gaia Education, where he gained complete training in the design of regenerative communities. Today, he wrote to me to tell me the news and I finally received the long-awaited photo, which I share here with you. In addition to the bathroom, a small shed and kitchen for harvest processing activities and activities with children. I started dreaming again and believing that prosperity sometimes requires time and that there are times when simply resisting is huge.
Aprendendo a resistir com o Flow Flunding
Ser um flow-funder é uma experiência tão empoderadora, mas ao mesmo tempo tão diferente do que Pensei que seria 3 anos atrás quando tudo começou. In my carreer, eu que sempre estive na busca ativa para os projetos socioambientais que faziam parte, agora era eu quem determinava o poder de decidir para onde iria. Hoje eu quero dividir a história de uma das pessoas para quem eu enviei uma parte do recurso em 2022. Seu nome é André. Ele é filho de uma das fundadoras da Horta Comunitária das Nações. Essa horta existe e resiste há mais de 30 anos. Sua mãe e as outras fundadoras iniciaram a horta para ter comida saudável para suas famílias e uma forma de dar continuidade à cultura de tantas pessoas que fizeram o êxodo rural para a cidade naquele tempo. O local era como André diz "no meio do nada", "era só mato"! Hoje a horta é uma ilha verde em um deserto de asfalto em uma importante avenida do município de Santo André, região metropolitana de São Paulo. Existir nessa localização não foi tarefa fácil. A especulação imobiliária os pressionava constantemente para deixarem o local, uma área pública. Nesses anos todos, além de fornecer alimentação e qualidade de vida para as famílias participantes, a Horta das Nações passou a receber grupos de estudantes. André sonhava em construir um banheiro ecológico para oferecer uma melhor estrutura para essas atividades. Essa história chegou até mim e o recurso do Flow chegou até o André. E junto com o recurso, chegaram também a ansiedade do André em construir o banheiro e a minha expectativa em receber a foto dessa conquista no meu celular. Passaram-se alguns meses e André retornou o contato. Ao invés da foto do banheiro, chegou uma carta de despejo. Eles finalmente teriam que deixar o terreno, que provavelmente daria lugar a um centro comercial. Diante da ameaça iminente, André e seus companheiros de horta acharam arriscado investir seus recursos em infraestrutura ali. Eles temporariamente preferiram interromper as atividades com crianças. O recurso, que deveria fluir, estava agora parado na conta do André. Precisei revisitar a fantasia da Horta se expandindo criada em meus pensamentos para poder transformá-la em confiança, que é a base da metodologia do Flow Funding. Confiança de que André, mais do que ninguém, sonhava com a prosperidade da horta. Confiança de que diante de uma crise, somos capazes de acolher mudanças de planos. Confiança de que quem melhor pode escolher uma melhor função para o dinheiro seria o próprio André. Foi isso que meu coração me contou e que contei imediatamente para André em uma ligação. André me agradeceu dizendo que a flexibilidade chegou como um alívio, um apoio afetivo que naquele momento era tão importante quanto o financeiro. Livre para fazer o que quisesse (ou precisasse) com o recurso, ele o guardou. Lutou por um ano e conseguiu a concessão para uso da terra junto à prefeitura. Nesse meio tempo mantivemos contato e aprofundamos nosso vínculo quando fiz a ponte entre ele e o Gaia Education, onde ganhou uma formação completa de design de comunidades regenerativas. Hoje mesmo, ele me escreveu para contar novidades e eu finalmente recebi a tão esperada foto, que compartilho aqui com vocês. Além do banheiro, um pequeno galpão e cozinha para as atividades de beneficiamento das colheitas e atividades com as crianças. Voltei a sonhar e a acreditar que a prosperidade às vezes pede seu tempo e que tem vezes que "resistir" já é imenso.
Aline Matulja is an environmental engineer who has been working for 10 years to engage local communities in environmental projects, using education as a tool to encourage greener and more sustainable practices. She co-created the digital platform YAM, and runs the course Sustainability: Deep Ecology in Practice to help people to integrate ecological thinking into their daily routine. Aline also coordinates the Sana project, an initiative working to bring sanitation to the 4 million Brazilians living without it. She is also the co-founder of Faz A Feira,a free online marketplace for small agro ecological farmers. She is also one of the anchor hosts of Casa Floresta, documentary podcast series produced by Instituto Socio Ambiental that connects mainstream audiences to indigenous stories and narratives.